[[[Processa Mutante
Acordada, amarrada no meu corpo, duas asas na cabeça e duas pedras nos pés, vôo para cima e despenco para baixo, Respiro e sufoco, amo e odeio tudo ao mesmo tempo, embate de vida e morte, fora e dentro.
Hoje mexi na terra. Úmida. Minhocas...muitas minhocas. No centro da coisas tem minhocas. Lá no umbigo. Nascem flores roxas. E aí tinha um umbigo. De onde cresce pra todos os lados. De onde ramificou. Um buraco cheio de entranhas: que me perguntam da minha maneira de falar, de sentar, de andar, de conversar. De olhar o outro. Com a luz apagada. Entrar no mangue
Mutante é uma processa de reflexão, documentação, experimentação e criação de dispositivos performáticos que acercam os temas de políticas de representação do corpo, precarização e expressividades de gênero. Como fabular uma discursividade performativa que supere, que rompa, que fuja, que transmute a representatividade dominante de um corpx? Diante de uma problemática que envolve heranças coloniais, reforçam ideologias de gênero, raciais e sociais e nos pressionam, cada dia mais, tentando sufocar um engendramento de percepções acerca da visibilidade e do discurso das diferenças, propomos nos aproximar deste corpo pandêmico.
PAticia Pina Cruz
Luisa Coser